Dançar conforme a música ou trocar o disco?

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Escrito por Gabriela Nunes

Só de falar a palavra "disco" sei que entreguei a idade. Mas, traduzindo para jovens, disco é algo que veio antes do CD e ambos eram elementos em forma de círculos e neles eram armazenadas mais ou menos 12 músicas que você tinha que escutar até cansar. Hoje temos o Spotify.

 

Eu sempre fui uma pessoa questionadora. Desde criança. Para mim, é realmente difícil aceitar algo que não entendo ou não concordo só por aceitar, por isso eu sempre faço muitas perguntas e elas são com o objetivo de entender e não de atrapalhar.

 

Tem muita coisa que a gente repete e só repete. Não pára para pensar. Aí às vezes me pego divagando sobre coisas que talvez nem façam sentido divagar, e uma delas é aquele dito popular antigo que diz "a gente tem que dançar conforme a música".

 

Quando criança eu pensava que isso era uma besteira. Que se eu não quisesse dançar alguma música, era só trocar o disco para tocar a música que eu queria. Oras. Simples assim. Mas quando se é adulto é diferente: "não é assim que a banda toca."

 

Você já sentiu que a vida acontece meio assim mesmo? Ela vai acontecendo e a gente vai vivendo. Ela vai agindo enquanto nós vamos reagindo. Ela vai tocando a música e nós vamos dançando. Vai tocando a música da rotina, a música do trabalho, a música das amizades, a música dos relacionamentos, a música do stress, das frustrações, dos excessos... do cansaço.

 

Isso acontece nos enredos de filme também, mas os filmes que eu mais gosto sempre tem um plot twist, uma mudança radical inesperada que tira tudo do lugar, surpreende e deixa todos de boquiabertos. Okay. Nem sempre essa mudança é para melhor. Eu sei.

 

Sabe, muitas vezes na minha vida eu dancei conforme a música e aos poucos ia percebendo que eu já não gostava daquele ritmo, outras vezes eu não demorava a perceber. A má notícia para a Gabi baby, é que o disco da vida é outro: é bem pesado e bem difícil de mudar. Às vezes mudar de faixa é o suficiente, outras vezes é preciso se desfazer daquele disco de estimação, daquela música que você já sabia inteira e encontrar forças para encarar novos ritmos, aprender e viver novas coisas. Estes são os nossos plot twists.

 

Mudar de curso na faculdade: plot twist. Mudar do primeiro emprego que eu amava: plot twist. Mudar de cidade, abandonar crenças, seguir minha intuição, mudar totalmente de carreira: plot twist. Mudanças não são fáceis. Requer abrir mão de muita coisa, requer abraçar o medo de um lado e a coragem do outro. Mas sabe, a gente só vive uma vez.

 

Não permita que pessoas tenham poder sobre como você se sente. Não permita ser humilhado. Não permita ser desrespeitado. Não permita-se sabotar a si mesmo dançando músicas que você não gosta e que você não escolheu.

 

Eu desejo a você a coragem para escolher os seus plot twists, aceitar seus erros e seus acertos. Que você possa dançar a sua própria música.

Sobre Gabriela Nunes

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Apaixonada por pessoas, comunicação, neurociência e doses de humor, com isso, defini a minha missão de vida: Despertar a Empatia com Empatia através da Comunicação. Quero contribuir para que as pessoas se reconectem com a essência empática nata do ser humano. De forma leve e prática para que todo tipo de público compreenda, eu abordo temas relevantes para o desenvolvimento pessoal e profissional de cada ser humano, oferecendo conhecimento e ferramentas para que possam desenvolver a sua autocons