Construindo ambientes de trabalho seguros e livres de assédio
Escrito por Priscila Kuhr
O ambiente de trabalho é onde passamos a maior parte do nosso tempo durante a semana. É onde buscamos realização profissional, interagimos com colegas e contribuímos para os objetivos da organização.
Mas, não é de hoje que o assédio permeia as relações de trabalho. O assédio é uma forma de discriminação que se manifesta através de comportamentos indesejados, ofensivos ou abusivos.
Ele pode ocorrer de muitas formas, desde micro agressões a situações de humilhação pública. O assédio pode ser moral ou sexual.
O assédio moral envolve a repetição de comportamentos abusivos, com o objetivo de desestabilizar emocionalmente a vítima e minar sua autoestima. É uma forma grave de violência psicológica no ambiente de trabalho. Pode ser caracterizado por comportamentos onde o outro se sinta humilhado pelo excesso de críticas, pela diferença de tratamento, pelo constrangimento, pela perseguição, pela desvalorização e por outras atitudes agressivas.
O assédio sexual envolve avanços sexuais não desejados, solicitações de favores sexuais ou outros comportamentos verbais ou físicos de natureza sexual, que criam um ambiente de trabalho intimidador, hostil ou ofensivo.
O assédio pode ter graves consequências para a saúde física e mental das vítimas, incluindo estresse, ansiedade, depressão, problemas de sono e até mesmo problemas de saúde física, como dores de cabeça e problemas gastrointestinais.
Para a empresa, o assédio pode afetar diretamente a produtividade e o clima organizacional, gerando consequências financeiras e prejudicando o employer branding da mesma.
Assédio e comportamento tóxico no trabalho são conceitos que frequentemente se sobrepõem, mas possuem diferenças importantes em termos de definição e consequências legais. Distinguir entre assédio e comportamento tóxico ajuda as organizações a aplicarem as medidas corretas para cada situação, protegendo seus funcionários e a própria integridade organizacional.
Mas de forma geral, para lidar com ambos os problemas, as organizações devem:
- Estabelecer políticas claras que definam e proíbam tanto o assédio quanto comportamentos tóxicos.
- Promover uma cultura de respeito e inclusão, incentivando a comunicação aberta.
- Fornecer treinamento regular para ajudar os funcionários a reconhecerem e evitarem esses comportamentos.
- Implementar um processo justo e transparente para tratar denúncias e resolver conflitos.
Ao promover uma cultura de segurança psicológica, comunicação não violenta e colaboração na resolução de conflitos, as organizações podem criar e manter um ambiente de trabalho onde todos os membros se sintam valorizados, respeitados e capazes de alcançar seu pleno potencial.
Sobre Priscila Kuhr
A Pri é Psicóloga Clínica, palestrante e consultora da de.Humanos. Especialista em Terapia Cognitiva Comportamental, também possui diversas formações como TCC com foco na Criança e no Adolescente, Terapia do Esquema , Educação Emocional Positiva, Psicologia Positiva na Clínica, Mindfulness na prática clínica, Atuação Psicossocial em desastres: Conceitos e possibilidades de intervenção, Orientação vocacional e redirecionamento de carreira